domingo, 18 de março de 2012

Peso ou Leveza?

Você já esteve apaixonado? Existe mesmo diferença entre amor e paixão? É possível só amar ou somente estar apaixonado? Tenho pensado nessas coisas nos últimos dias. Penso e me arrependo, porque se existe algo que é infinitamente melhor viver do que pensar sobre, é a paixão.
Quando menina, eu idealizava minhas histórias de amor. Assistia filmes e pensava que comigo seria como naquelas histórias. Me apaixonei por professores, me apaixonai por escritores e cantores. Mais tarde, viria a me apaixonar pela minha profissão. Mas nada disso se comprara a estar apaixonado por alguém e no instante que se está com aquela pessoa, perder todo o medo: Perder o medo do escuro, o medo do futuro, perder o medo dos outros.

Há alguns dias descobri uma boa ferramenta para treinar inglês, que é um programa onde ouvimos as músicas e as completamos com as palavras que faltam, enquanto as ouvimos. Na semana da morte da Whitiney Houston, treinei bastante com as músicas dela. A música “I will Always love you”, que já era conhecida por mim desde os tempos que eu era uma menina e idealizava meus amores, de repente pareceu a história da minha vida. A certeza de que o amor eterno existe. Um amor que a despeito de todas as dificuldades, de toda a distância, tempo, indiferença, continua existindo. É uma canção triste. É uma canção de despedida. E entre aulas de inglês, chá, compras e frio, pensava se por ser essa uma triste história, eu seria triste. Mas concluí que não. Amar me faz sentir viva, forte e corajosa. Amar faz bem para mim, talvez mais do que à pessoa amada. O amor é pesado, algumas vezes sufocante, mas simplesmente indispensável.
Não me arrependo de amar. Depois de tomar algumas atitudes, penso como fui ridícula. Percebo que se pudesse voltar no tempo, seria tão ridícula quanto fui, quantas vezes achasse necessário. É como no diálogo entre Gil Pender e Hemingway no filme Meia Noite em Paris (vídeo abaixo). Se já provei por um instante a sensação de perder o medo da morte? Já sim. E é por isso que meu conselho, quando alguém diz que está amando, sempre é: Vá! Porque amar é a melhor coisa do mundo.




(Tradução: Um amor verdadeiro e real cria uma trégua da morte. Toda covardia vem de não amar ou não amar bem, o que dá na mesma. Quando um homem corajoso olha a morte de frente, como caçadores de rinocerontes ouBelmonte, que é muito corajoso, é porque amam com paixão suficiente para esquecer a morte até ela retornar, como faz com todos os homens. Então deve fazer amor bem feito de novo.)


A melhor coisa é quando a paixão e o amor andam juntos e são recíprocos, o que é uma grata raridade. Porque eu acredito no amor feliz e correspondido, que vem acompanhado com doses generosas e diárias de paixão. Sonho com isso e ainda vou realizar.
Entretanto, tenho percebido que na maioria das vezes sempre falta alguma coisa: Ou amor de um lado, ou a paixão de outro, ou as duas coisas por uma das partes – que é o amor não correspondido.
Penso que estar apaixonado, apesar de não ser tão sublime e intenso quanto quando se ama, é uma deliciosa experiência. As pequenas loucuras provocadas pela paixão deixam a vida mais saborosa, mais prazerosa, mais colorida. Essas coisas de se pagar sorrindo ao se lembrar de alguém. A paixão é leve. Tão leve que pode ser levada facilmente pelo vento, se não cuidamos para que permaneça. Para mim, a paixão vem e vai facilmente. Vez por outra me descubro apaixonada. E gosto disso!
E então? O que é melhor? A leveza da paixão ou o peso do amor? É esse, afinal, o tema do meu blog, inspirado num dos meus livros preferidos. Portanto, eu deveria saber a resposta. É justamente por não saber a resposta que escrevo aqui. Talvez colocar os sentimentos em palavras os torne mais inteligíveis. Ou não. Afinal, tenho escrito há um tempo e ainda não encontrei uma resposta. Vendo o título desse blog, você pode ver minha fotografia: Sempre em entre a leveza e o peso, sonhado que um dia, eles possam estar juntos outra vez.

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