domingo, 4 de setembro de 2011

Não quero ser mesquinha!



(Tirado de http://blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/cascavel-promovera-o-i-festival-da-galinha-caipira/)


Outro dia, ao sair do trabalho indo às pressas para o curso de inglês, ia ouvindo música e pensando na vida, remoendo maus problemas. Tocava “Stand by me”, numa versão ótima que achei na internet.
Caminhando pela longa avenida (as avenidas são sempre longas quando estamos atrasados!), comecei a reparar que enquanto eu ia correndo para minha aula, um homem falava alto ao celular e gesticulava muito. Pessoas esperavam o ônibus. Uma adolescente corria em direção ao namorado e lhe dava um beijo apaixonado, de dar inveja. Uma mulher entrava num carro, que parara para apanhá-la. Para onde ia? Não sei. O que percebi é que todos estavam envolvidos com a sua vida. Eu não poderia dizer que os problemas que eles viviam eram menos graves que os meus. Talvez fossem até bem mais graves. Aquela adolescente apaixonada me fez constatar que existem tantos romances, tantos beijos, que por um instante pensei que o amor poderia ser algo tão comum, tão recorrente, que o tornaria menos especial. Logo voltei atrás e vi que não. Para cada um que ama, seu amor é único e diferente de todos os demais. Mas observar que a vida seguia independente de como eu estava, independente dos meus problemas ou dos meus sucessos, foi algo que me levou a questionar quão genuínas são minhas reclamações. Me fez sentir pequena, mesquinha.
E eu odiei me sentir assim. Costumo brincar e dizer que a única coisa no mundo que tenho medo é de galinha – sim, aquela ave coberta de penas, que cisca no quintal, atrás de insetos, aquela que grita assustadoramente quando bota ovo. Tenho pânico de galinha. Mas dizer que só tenho medo de galinha seria arrogância demais. Tenho medo de ficar sozinha, de ser incompreendida, mas sobretudo tenho medo de ser mesquinha. Ora, a vida acontece lá fora independente de mim. Ficar aqui escrevendo, chorando minhas tristezas, enchendo esse blog de “verdades”, que na minha arrogância acabo tendo como universais, me deixa envergonhada.
Assim, quero nesse texto dizer aos meus poucos, mas preciosos leitores, que as palavras que aqui encontram são como um grão de areia na praia, ou uma gosta no oceano. O que eu escrevo aqui são apenas reflexões, de pensamentos que chegam à minha mente e fazem muito sentido para mim, mas pode ser que não faça sentido pra mais ninguém. Não sou, nem quero ser a dona da verdade. Leiam, mas não se esqueçam disso: Tem sempre a outra metade da laranja, a cara, a coroa, o réu e a vítima. Cada um tem seu lado da estória, e nenhum é melhor que o outro. No final, o que conta na vida, mais do que as nossas ideias, é o que vivemos de verdade, e a marca que deixamos na vida das pessoas que cruzam nosso caminho. Espero ter deixado boas marcas, além das palavras.

Um comentário:

Voltei. Tava com Saudade.

Hoje eu voltei. Voltei porque senti saudade. Saudade do tempo que eu podia chorar no seu ombro as minhas mágoas, filosofar minhas ide...