domingo, 15 de dezembro de 2013

“Longe de casa há mais de uma semana”: refletindo sobre saudade



Saudade. Palavra que existe apenas em português. É o que dizem. Sorte dos estrangeiros, que não sentem saudade. Por que é a dor mais doída. E foi sentindo saudade hoje que me deu vontade de escrever, como que para trazer o objeto de saudade de volta perto de mim.

Hoje eu senti saudade de um tempo que não volta mais. Piquenique no parque, dividir brinquedos, casa na árvore, recreio, merenda, disco da Xuxa, sopa de pão, não entrar na piscina por duas horas depois de comer, brincar com as coisas velhas da Vovó Branca, comer amora na casa da Vovó Preta. Que saudade da minha avó! Que saudade dos meus pais, dos meus irmãos. Saudade da minha casa, saudade, saudade.

Por que é que a gente tem que crescer? Sair de casa? Em casa a gente nunca está sozinho. Quando a gente está em casa, o problemas parecem menores e as noites, menos frias.  Longe de casa a solidão parece um abismo sem fim, um deserto, onde as noites tem frio insuportável. Longe de casa se descobre que insônia existe mesmo! E que é horrível acordar tão cedo e não ter ninguém pra conversar, não ter a mãe entrando no quarto e falando que precisa abrir a janela pra entrar um ar, que o pai comprou pão, perguntando o que ela faz de almoço.

Entrei nos arquivos do blog pra escrever outro texto, e me deparei com esse que comecei a escrever meses atrás. Percebi que a saudade só aumenta com o tempo, mas que vai deixando a gente duro, vai cauterizando o coração. E dura é um adjetivo que não quero ter, pelo menos não nesse sentido. Quero olhar pras coisas e pessoas com a mesma singeleza e ternura de tempos atrás. Quero ser capaz de me emocionar, quero acreditar, mesmo que o mundo diga o contrário. Mas isso é assunto para o próximo texto, que publicarei daqui a pouco.

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