Agora há pouco estava pensando sobre o porquê, ou os porquês de algumas coisas terem acontecido. Daí passei a refletir a respeito de como a o idioma de Camões é detalhista nesse quesito: Pelo que sei, existem quatro tipos de porquê registrados nas gramáticas.
O primeiro que eu escolhi é o porquê que vem mais leve: Por que. Sim. Esse não tem assento porque vem no início da frase. E não uma frase, qualquer. Precisa ser uma pergunta para usar esse tipo. Em exemplo: Por que muitas vezes nós não temos a chance de escolher como queremos que seja a nossa vida? Sempre fui adepta da filosofia “a vida é feita de escolhas. Cada um tem a vida que em algum momento escolheu”. Na verdade, ainda sou adepta dessa filosofia, mas fico pensando então: Por que escolhemos caminhos que vão nos trazer dor no futuro? Ignorância? Masoquismo? Queria muito saber a resposta para essa pergunta, mas diante desse espetáculo (não de circo ou teatro, mas de espetacular) cheio que poréns e parênteses que é a vida, não consigo entender. Sofro me perguntando Por quê?
O que me leva ao segundo: Por quê? Esse também serve para perguntas. Mas qual é sua diferença para o primeiro? Bem, esse “por quê” vem em frases interrogativas, mas no final delas, como: “A gente sonha, planeja, filosofa, espera para no final acontecer tudo diferente e percebermos que não temos nenhum controle sobre isso, sobre o nosso coração: Por quê?” O coração sempre prega peças em nós, nos fazendo sentir como o marido traído, ou como alguém que vê sua casa sendo levada pela enchente, sem poder fazer nada. O coração, o nosso e não o dos outros, nos faz sentir como idiotas às vezes. Renegar qualquer orgulho ou ambição, redesenhar os sonhos, flexibilizar convicções – pelo menos algumas. Por quê?
Penso que é porque isso faz parte de estar vivo. Essa frase me faz pensar no porquê que mais gosto: o da resposta. Nesse não há dúvida: Vem juntinho, coeso como as respostas. É tão bom quando conseguimos refletir e entender a razão das coisas acontecerem como acontecem! É tão bom quanto sabemos a resposta, mesmo que seja através de outra pessoa. E sobre as perguntas dos parágrafos anteriores, afinal, não culpemos o coração! O coração faz parte de nós e sofre junto conosco. E ninguém é cem por cento equilíbrio, planejamento, critério. Ninguém consegue ser assim o tempo todo. Se não, não teria a menor graça viver.
(Tirado de http://www.andrehotter.com.br/2009-08-25-yoga-o-ponto-de-equilibrio.html, em 08/07/2011 às 23:57)
Ontem no Yoga a professora pediu um monte de posturas de equilíbrio (como essa da figura). Acho que estava um pouco agitada, pois ao levantar um pouco um dos pés, já caía para um lado ou outro. Achei engraçado. Creio que algo semelhante acontece na nossa vida: Quando achamos que estamos dominando, vem um dia que não conseguimos encontrar a posição correta, a posição de equilíbrio. E enquanto ria de mim mesma lá no Yoga, pensei: Como é bom ficar desequilibrado de vez em quando! Isso me faz sentir viva, e olha: Eu a-d-o-r-o viver! Nada melhor que fazer o que eu acredito e ser coerente com meus sentimentos. Nada melhor que dormir em paz, mesmo às vezes a confusão de pensamentos façam com que eu demore a pegar no sono. E aí está a resposta para minhas questões aí em cima: Tudo isso acontece porque estamos vivos. E isso é ótimo!
Porque eu não me arrependo de ser eu, menina, mulher, arrogante, medrosa, maluca. Olho para trás e para o agora. Olho no espelho e gosto de mim. Gosto de quem eu sou depois de tudo que vivi. Gosto ainda mais porque percebo que ainda sou capaz de sonhar. Ainda posso planejar, filosofar. Na verdade não sei o que vai acontecer no final, porque afinal, tudo pode mudar!
Bom ainda resta um, que já usei lá no início é o mais pesado e mais cheio de funções: Porquê. Ele é o nome da coisa. É usado quando assume as vezes de substantivo. É o sujeito da situação: O porquê de tudo isso é que eu precisava expressar minhas emoções de alguma forma, daí tive a ideia de falar dos porquês. Ele é especialmente usado quando queremos falar de uma dúvida (pergunta), mas esta não está explícita. Por exemplo: “Maria estava zapeando na internet quando viu o link desse post que resolveu clicar, mas não entendeu o porquê de tanta ladainha pra explicar algo que ocupa meia página da gramática”. Bom, Maria, para mim, escrever isso tudo me faz entender melhor as reflexões. E para você, espero que tenha servido para entender o porquê de tanto porquê. E que sua vida tenha sempre um equilíbrio dos quatro!
P.S.: Hoje (na verdade ontem, pois já há 10 minutos passou de meia noite) é o dia de uma das minhas maiores amigas. Conversando com ela, sempre consigo entender melhor esses porquês da vida. E será que alguém pode explicar por que a gente é assim? Acho difícil, mas é um equilíbrio ótimo, que nem precisa explicação!

O texto ficou genial!!!
ResponderExcluirMeus parabéns!
Pedro Henrique.