domingo, 19 de junho de 2011

A minha paisagem


O que é uma paisagem? Não sei se meus colegas de faculdade irão lembrar, mas estudamos isso no primeiro período há um bom tempo atrás. Nessa época, surgiu para nós uma estranha palavra: palimpsesto. O professor explicava (Ah meu Deus! E se ele ler isso?!) que a paisagem demandava tempo, pois a mesma era a soma desses tempos e envolvia a memória de cada um. Por isso, a mesma paisagem é diferente para cada pessoa. Afinal, cada um tem uma experiência diferente acerca daquela praça, daquele prédio ou daquela serra. Dito isso, preciso dizer que também me lembro de uma outra disciplina, que nos ensinava que para as pessoas cuidarem de um lugar, elas precisam amar aquele lugar e que para amar, era necessário conhecer. E era isso que a disciplina nos ensinava a fazer: técnicas de como ensinar para as pessoas sobre determinado atrativo. Por exemplo: Uma placa em Diamantina com a informação: Aqui morou Xica da Silva nos faz entender melhor a importância de se preservar aquele casarão – pelo menos se já tem o conhecimento de quem foi Xica da Silva!
Disse tudo isso para tentar explicar algo que estava pensando num dia desses. Apesar de não ter nascido em Belo Horizonte, tenho por essa cidade um grande carinho e estou sempre nutrindo o desejo de morar em ali. Adoro andar pelo Centro com toda aquela efervescência, produtos variados expostos às portas das lojas, o Mercado Central, a Praça Sete. Adoro ir ao Cinema do Pátio, ao Bolão, ou à Pracinha do Santa Tereza. Fico empolgada quando descubro que uma linha de ônibus liga dois lugares que eu frequento, pois penso: Posso precisar dela um dia! Gosto de caminhar pelo Funcionários e descobrir qual é o bar do momento. Me lembro com saudade dos jogos de futebol que já assisti na Prudente! Enfim, eu conheço e amo Belo Horizonte!
E por que amo Belo Horizonte? Seria só porque sei que foi uma cidade que nasceu planejada e foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897? Ou por que é uma cidade de clima ameno e possui um rico acervo de arte? Ou seria porque a cidade convive em harmonia com o tradicional e o moderno? Não! Não é por essas coisas que eu amo Belo Horizonte. Na verdade todas essas coisas que eu sei serviram (e servem) de fundo, de cenário, para que eu vivesse minha vida.
E aí está o motivo de amar tanto Belo Horizonte: Amo os momentos que vivi nessa cidade e as pessoas que estavam comigo em cada um: O que gosto na Praça da Liberdade é de lembrar as inúmeras vezes que a atravessei pela manhã, para ir estudar, dos trabalhos de faculdade com o melhor grupo da história, dos beijos, das conversas com minhas amigas e das fotos no Natal. O que gosto do Centro é de ter andado por lá com os vários amigos que fiz no trabalho: dos almoços e compras. De comemorar mais um título Mineiro do Atlético na Praça Sete. Ahhh, como era bom ver os jogos do Flamengo na Prudente! Ou assistir shows e filmes na Praça Duque de Caxias! Amo Belo Horizonte porque ao olhar a paisagem, minha memória resgata a soma de todas as coisas que vivi naquele lugar.
E como diria aquele professor (ai, tomara eu ele não leia): A paisagem continua se modificando, porque as experiências mudam ao longo do tempo. E a cada vez terei mais motivos para amar essa cidade maravilhosa. Obrigada a todos que me proporcionaram ver a paisagem dessa forma!

Um comentário:

  1. E a cada dia vc me impressiona mais... Vamos continuar indo muitooo na prudente e vivendo essa paisagem linda da nossa vida!!!!

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