segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Carta Aberta à Minha Amiga
Minha amiga, há quanto tempo não lhe vejo!
Senti saudade, tanta saudade que resolvi lhe escrever esta carta. Senti saudade de brincar na rua com você, de fazer comidinha, de fazer casa na árvore no quintal, de ir junto pra escola. Quando eu fazia essas coisas, você ainda não fazia parte da minha vida. Mas bastou um olhar, quando nos vimos pela primeira vez, pra saber que seríamos amigas de infância para sempre.
Juntas viajamos, choramos, conhecemos o sucesso e o fracasso, nos apoiamos nos momentos mais difíceis, rompemos preconceitos. Juntas escrevemos textos, lemos livros, fizemos pesquisa, comemos e bebemos...
Ah, amiga... Foi você que me apresentou o Gorgonzola!!! Chic, elegante e delicada, vc me ensinou tanta coisa... Hoje, com essa vida corrida que levamos, estamos tão perto e tão longe! Quando sinto saudade de você, gosto de lembrar da gente: das nossas cartas, nossas conversas, da sua sensatez. Como seus conselhos fizeram diferença na minha vida! Lembro deles sempre. Quando estou numa situação, tento imaginar como você agiria.
Nós sempre dizemos que "saudade" só existe em Português. Hoje, pensando em você e em como escreveria essa carta, pensei no contrário: saudade pode ser traduzida para o inglês como "to miss", que quer dizer "sentir falta". Minha amiga, eu sinto a sua falta, mas sempre que estamos longe, tento preencher essa falta lembrando da sua letra linda, da sua sensibilidade, de você me dizendo pra não perder o romantismo, quando o mundo inteiro parecia querer me magoar e eu estava prestes a desistir!
Ah minha amiga... A falta que eu sinto de você é preenchida pelo orgulho que tenho de ser sua amiga, de merecer sua confiança, pelo orgulho de ser quem eu sou e saber que você me aceita assim.
Minha amiga, uma vez eu li que duas partículas que se movem juntas, quando separadas, continuam se movendo na mesma direção. Eu acredito nisso e penso que conosco acontece o mesmo. Caminhamos juntas, amiga! E ainda nos encontraremos muito ainda. Vamos levar nossos filhos para a Disney juntas! Assim como vi você entrar de noiva naquele corredor, você também me verá um dia! "You can say that I'm a dreamer, but I'm not the only one!"(1) Eu sei que você sonha comigo e sei que um dia, nossos sonhos vão se encontrar.
Até lá levo comigo a ternura do seu olhar, a bondade do seu coração, a leveza que sinto quando estamos juntas. Ahhh eu sou tão feliz por ter você na minha vida! De uma forma ou de outra, você sempre está presente! E eu não preciso dizer seu nome pra você saber que você é você... Te amo.
1 - Imagine, John Lennon
2 - Fonte da Imagem: http://www.ospassarinhos.com.br/tag/amizade/
PS de 6 anos depois do Brasil de 2013: Não somos mais amigas. Reflito como pode uma pessoa tão maravilhosa se tornar fascista. Ainda amo essa amiga de quem falo no texto, mas ela não existe mais. Se metamorfoseou numa coisa que não me faz nada bem, como fazia outrora, numa coisa difícil de nomear. Me casei, mas ela não estava lá.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
“Ou um saco de batatas?”
Quando a gente era criança e minha mãe
queria incentivar meu irmão a fazer alguma coisa, que para ele era difícil ou
trabalhoso, ela lançava o desafio: “você é um homem ou um saco de batatas?”.
Meu irmão, às vezes já de saco cheio, respondia: “um saco de batatas.”. Estava
lembrando disso outro dia, quando um amigo me perguntou o que eu mais me irritava
nas pessoas. Pensei um pouco e respondi: Pessoas que não assumem me irritam
profundamente.
Assim como tive de explicar para
meu amigo explico aqui: O problema no mundo são as pessoas que vivem sem assumir
o amor que sentem, ou que não sentem mais – ou nunca sentiram, que não assumem
que são infelizes, que não assumem que são ricas, ou pobres, que não honram
seus compromissos, de qualquer natureza que sejam, não se importam com sua
palavra. Assumir requer coragem. Porque ao assumir o que quer que seja, você
precisa estar pronto a tomar alguma atitude, ou arcar com as consequências de
uma decisão.
O problema é que hoje em dia, onde
tudo é leve fácil, rápido, as pessoas se tornaram assim também: leves e vazias.
Não se preocupam em assumir suas posições, muito menos pensam no que fazer depois
disso. Vão, enfim, vivendo um conformismo irritante e clichê, como se a vida
fosse um comercial de margarina – pelo menos na superfície. Embora, no fundo,
estejam gritando por dentro. Mas e daí? Ninguém vai ao fundo de nada mesmo.
Há alguns posts atrás, escrevi sobre solidão. Naquele texto, eu valorizava a solidão como oportunidade de
autoconhecimento, de se abrir para o novo e desconhecido. O problema da solidão
é a carência. Expliquei minha teoria para outro amigo, com quem agora tenho o
prazer de compartilhar as aulas de dança: “Você gosta de suco natural, mas às
vezes, está com tanta sede, que acaba aceitando um guaraná Dolly”. Ele
gargalhou e concordou. “O problema”, continuei, “é que o guaraná Dolly começa achar que é Coca-Cola. Mesmo se fosse, você quer mesmo o bom e velho suco de
laranja, com gelo. Sem açúcar”.
E como não cair nessas ciladas?
Pessoas que não assumem o que pensam, o que querem, esses guaranás Dolly e
sacos de batatas no caminho? Proponho ajustar o foco, cuidado nós mesmos para
que não sejamos assim. Assumindo nossos amores, nossas ideias, opções,
felicidade ou infelicidade. À medida que cuidamos para não sermos assim
superficiais, percebemos que é melhor esperar pelo suco um pouco mais, do que
aturar um guaraná Dolly, ou um saco de batatas... rs.
Lukita, se reconheceu? Falei que ia
citar vc...Orgulho do meu amigo que certamente não é um saco de batatas...
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