quarta-feira, 29 de junho de 2011

O tempo e eu

“O importante não é chegar nem partir, é a travessia”
(Guimarães Rosa)

Ultimamente, tenho ouvido muito a respeito do tempo. Frases e expressões como “dar tempo ao tempo”, “nada como um dia após o outro”, ou “o tempo é o melhor remédio” tem sido comuns em meus ouvidos e tem me feito pensar. Na ânsia de querer que o tempo passe logo, tenho refletido muito sobre ele. Ontem, na aula de Yoga me deparei com uma revista que perguntava na capa: “O que é o tempo?” Fiquei curiosa e estou lendo a reportagem, que traz a definição do tempo para pessoas diferentes, em diferentes perspectivas. Bem interessante.
Aqui, pretendo expressar o que tenho pensado sobre tudo isso. Penso que de todas as reflexões sobre o tempo, o maior consenso é: O tempo passa. Às vezes, quis que ele passasse mais depressa, enquanto em outras pedi a Deus que ele parasse! De um jeito ou de outro, ele sempre passou. Agora mesmo, enquanto escrevo essas linhas, ele está passando. A consciência disso me faz questionar o que tenho feito com o meu tempo. Não propriamente o tempo do relógio ou das previsões meteorológicas, mas aquele que Deus me deu e chamou de vida.
Se a passagem do tempo é irremediável, penso que é melhor escolher bem o que faremos com cada minuto. Creio que a resposta seja diferente para cada pessoa, assim como na reportagem que estou lendo. Isso porque cada um preenche o tempo com aquilo que valoriza, ou pelo menos deveria ser assim. Acredito que existem duas formas de se relacionar com o tempo: Deixar que ele passa, nos conduzindo à mercê dos acontecimentos, ou escolher com cuidado como queremos passar cada momento, ou seja, controlar, ou conduzir o tempo, da forma como acharmos melhor.
A primeira acontece quando responsabilizamos outras pessoas pelo rumo dos acontecimentos, ou quando deixamos que outros escolham por nós. Acredito que deixamos o tempo nos levar quando agimos da forma mais conveniente, em vez de ser fiéis aos nossos princípios e crenças. Ou quando por comodismo, permitimos que as coisas aconteçam sem nossa intervenção, às vezes, até reconhecemos que isso não é bom, mas deixamos ficar como está, porque é mais fácil!
Se quisermos olhar com satisfação o caminho pelo qual já percorremos, creio que a segunda maneira de lidar com o tempo seja melhor, ou seja através de escolhas conscientes sobre como utilizá-lo. Isso é tão complicado! Pois como já disse, cada um dará uma resposta! De minha parte, fico em lua de mel com o tempo quando passo ao lado das pessoas que amo, nem que seja assistindo novela! Como são agradáveis aqueles momentos. Algumas (poucas) pessoas já tiveram minha presença em momentos bem ruins para elas. Talvez elas pensem que para mim tenha sido um sacrifício “gastar meu tempo ali”. Mas isso não é verdade! A verdade é que eu escolhi estar ali e foi maravilhoso para mim poder utilizar o meu tempo, aquela vida que Deus me deu, para dar algum carinho e atenção a alguém tão especial! Quando estou com alguém que realmente vale a pena é que tenho mais certeza que estou usando meu tempo da maneira mais acertada.
Às vezes me pego pensando como é assustador saber que o tempo também acaba. Se bem que é melhor ter consciência disso do que “acordar” assustado, quando não dá mais tempo de mudar de ideia. Isso me faz ser mais responsável com minhas escolhas diárias e pensar com mais seriedade onde essas escolhas  tem me levado . É só pensando nelas que posso escolher diferente!
No mais, resta dizer a todos que aproveitem seu tempo! Que curtam sua felicidade e curem sua dor, pois, seja como for, o tempo que estão vivendo agora irá passar. E as escolhas que fizerem agora é que vão dizer como será o amanhã. Não digo isso para ninguém além de mim e tudo isso que escrevi aqui é sobretudo, para tentar pontuar para mim mesmo o que tenho feito até aqui e o que quero fazer daqui para frente.

domingo, 19 de junho de 2011

A minha paisagem


O que é uma paisagem? Não sei se meus colegas de faculdade irão lembrar, mas estudamos isso no primeiro período há um bom tempo atrás. Nessa época, surgiu para nós uma estranha palavra: palimpsesto. O professor explicava (Ah meu Deus! E se ele ler isso?!) que a paisagem demandava tempo, pois a mesma era a soma desses tempos e envolvia a memória de cada um. Por isso, a mesma paisagem é diferente para cada pessoa. Afinal, cada um tem uma experiência diferente acerca daquela praça, daquele prédio ou daquela serra. Dito isso, preciso dizer que também me lembro de uma outra disciplina, que nos ensinava que para as pessoas cuidarem de um lugar, elas precisam amar aquele lugar e que para amar, era necessário conhecer. E era isso que a disciplina nos ensinava a fazer: técnicas de como ensinar para as pessoas sobre determinado atrativo. Por exemplo: Uma placa em Diamantina com a informação: Aqui morou Xica da Silva nos faz entender melhor a importância de se preservar aquele casarão – pelo menos se já tem o conhecimento de quem foi Xica da Silva!
Disse tudo isso para tentar explicar algo que estava pensando num dia desses. Apesar de não ter nascido em Belo Horizonte, tenho por essa cidade um grande carinho e estou sempre nutrindo o desejo de morar em ali. Adoro andar pelo Centro com toda aquela efervescência, produtos variados expostos às portas das lojas, o Mercado Central, a Praça Sete. Adoro ir ao Cinema do Pátio, ao Bolão, ou à Pracinha do Santa Tereza. Fico empolgada quando descubro que uma linha de ônibus liga dois lugares que eu frequento, pois penso: Posso precisar dela um dia! Gosto de caminhar pelo Funcionários e descobrir qual é o bar do momento. Me lembro com saudade dos jogos de futebol que já assisti na Prudente! Enfim, eu conheço e amo Belo Horizonte!
E por que amo Belo Horizonte? Seria só porque sei que foi uma cidade que nasceu planejada e foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897? Ou por que é uma cidade de clima ameno e possui um rico acervo de arte? Ou seria porque a cidade convive em harmonia com o tradicional e o moderno? Não! Não é por essas coisas que eu amo Belo Horizonte. Na verdade todas essas coisas que eu sei serviram (e servem) de fundo, de cenário, para que eu vivesse minha vida.
E aí está o motivo de amar tanto Belo Horizonte: Amo os momentos que vivi nessa cidade e as pessoas que estavam comigo em cada um: O que gosto na Praça da Liberdade é de lembrar as inúmeras vezes que a atravessei pela manhã, para ir estudar, dos trabalhos de faculdade com o melhor grupo da história, dos beijos, das conversas com minhas amigas e das fotos no Natal. O que gosto do Centro é de ter andado por lá com os vários amigos que fiz no trabalho: dos almoços e compras. De comemorar mais um título Mineiro do Atlético na Praça Sete. Ahhh, como era bom ver os jogos do Flamengo na Prudente! Ou assistir shows e filmes na Praça Duque de Caxias! Amo Belo Horizonte porque ao olhar a paisagem, minha memória resgata a soma de todas as coisas que vivi naquele lugar.
E como diria aquele professor (ai, tomara eu ele não leia): A paisagem continua se modificando, porque as experiências mudam ao longo do tempo. E a cada vez terei mais motivos para amar essa cidade maravilhosa. Obrigada a todos que me proporcionaram ver a paisagem dessa forma!

domingo, 12 de junho de 2011

Ahh... O amor!


Nos últimos dias havia corações por todos os lados: Sapatarias, Salões de Beleza, televisão. Abstraindo o interesse comercial de cada um desses, é bonito ver essa movimentação: Afinal, era o dia dos namorados que se aproximava! (e que chegou hoje, quando escrevo essas linhas). Gosto dos comerciais de TV que aparecem nessa época, todos ressaltando o amor. Gosto das decorações das lojas e dos filmes que são lançados. Acho lindo esse clima de “o amor está no ar”. Não: não é porque estou sozinha que vou dizer que odeio o dia dos namorados. Afinal, o amor continua sendo maravilhoso, independente de mim. Aquela sensação de que o que sentimos é tão forte, que pode nos comprimir com seu peso, peso sem o qual sabemos que não podemos viver.

O amor, cantado pelos poetas (poetas cantam?) é emocionante, ser o ar que alguém respira, aquele amor do qual “se encanta mais nosso pensamento”, que faz loucuras que levam até à morte, como o célebre “Romeu e Julieta”. Os livros retratam com muita beleza e sensibilidade as estórias e palavras de amor.
Mas o que me encanta de verdade são as histórias de amor reais: Ao acordar hoje escutei quando meu pai entregava um presente para minha mãe: ela dizia: “Era assim mesmo que eu queria”. Ora, para acertar o presente é preciso conhecer, observar, conviver. Sou testemunha ocular de que isso acontece com meus pais. A despeito de tantas dificuldades que já foram enfrentadas por eles, continuam juntos, e conseguem se amar cada dia mais. Um amor sólido, generoso como deve ser. Sou grata a Deus por presenciar essa e outras histórias de amor. Sou grata por eu mesmo já ter vivido uma.
O amor tem a capacidade de mudar as coisas, te tornar o feio bonito, o sem graça em interessante, o infeliz em feliz. Ele nos motiva a ser melhor, seja para agradar a pessoa amada, seja por nos dar a perspectiva de um futuro melhor para nós mesmos. Enquanto o ódio revela o que há de pior em nosso interior, o amor faz cm que o melhor de nós vá para a superfície de nossas vidas e possa ser visto pelo outro. Amar faz bem à saúde. Faz bem para a pele e para a cabeça. Amar faz bem à pessoa amada, mas, sobretudo, amar faz bem para quem ama. É por isso que cultivo em mim a capacidade de amar, mais e mais uma vez. Agradeço a cada pessoa que me deu a oportunidade de sentir tudo isso. Por que é o melhor presente que poderiam me dar! Desejo a todos que possam sentir o mesmo!

“E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.”
(Vinícius de Moraes)

Voltei. Tava com Saudade.

Hoje eu voltei. Voltei porque senti saudade. Saudade do tempo que eu podia chorar no seu ombro as minhas mágoas, filosofar minhas ide...